Andragogia: as características da arte de ensinar adultos
Quando o assunto é capacitação de colaboradores, o profissional de gestão de pessoas tem papel fundamental nesse processo. Será ele o responsável por planejar, elaborar e executar as ações propostas. Contudo, o treinamento voltado para adultos tem características bem peculiares. Você já ouviu falar da andragogia?
O conceito de andragogia surgiu a quase 200 anos atrás na obra do pedagogo alemão Alexander Kapp e foi popularizado por Malcolm Shepherd Knowles, considerado o pai da andragogia. Em oposição à pedagogia (do grego “paidos” = da criança), o foco da andragogia é o ensino de adultos (“andros“, em grego). A intenção dessa metodologia é trabalhar os conteúdos de forma madura, partindo da ideia de que o aluno já possui certo conhecimento e vivência. Ele está em busca do seu desenvolvimento pessoal e profissional.
Os princípios do modelo andragógico
Muito focada na prática como experiência de aprendizagem, a andragogia valoriza a participação, interação e atividades em grupo. Os cinco principais pilares apresentados por Knowles no livro “The modern practice of adult education” são:
Autonomia: o aluno adulto é capaz de tomar suas próprias decisões e deve ser tratado como tal, inclusive concedendo a ele a oportunidade de fazer suas escolhas.
Experiência: a vivência e o histórico do aluno adulto devem servir de base para o aprendizado de novas habilidades e conhecimentos.
Prontidão para aprender: quando o tema tem relação direta com situações do seu dia a dia, o aluno adulto tem maior disposição em aprender.
Aplicação da aprendizagem: o conhecimento adquirido precisa ter uma aplicação imediata e não apenas uma informação para um possível aproveitamento no futuro.
Motivação para aprender: mais do que boas notas, o aluno adulto prioriza seus valores e objetivos profissionais. O seu estímulo é de crescimento pessoal.
Andragogia na capacitação de colaboradores
Já no mundo corporativo, a andragogia tem uma enorme importância na hora de desenvolver e qualificar times de trabalho. Métodos tradicionais de ensino são pouco eficazes nesse contexto porque priorizam o conteúdo ao invés do aluno em si.
Propor capacitações e treinamentos que coloquem o colaborador no centro da estratégia, como participante ativo do processo, são iniciativas bem mais efetivas. Cursos on-line, vídeos interativos, palestras, workshops e até jogos… São inúmeras as ferramentas possíveis na hora de engajar o colaborador.
A objetividade proposta no método andragógico evita que o aluno perca o foco e, mais do que isso, é um motivador já que propõe um conteúdo desafiador, sem rodeios e relevante para o seu dia a dia na empresa.
Na hora de planejar o próximo treinamento da sua empresa, tenha em mente o modelo andragógico e estruture o seu conteúdo de acordo com os cinco pilares que vimos aqui. Proponha novas formas e experiências, crie um ambiente transformador!
Metas e objetivos no treinamento corporativo
Nas empresas, ou mesmo na vida pessoal, definir objetivos é um exercício muito benéfico que esclarece precisamente aonde queremos chegar. Contudo, objetivos são apenas intenções se não houver etapas concretas que nos oriente em sua direção.
As metas são nossos planos de ação na busca desse objetivo. Metas precisam ser realistas, mensuráveis e atingíveis dentro de um período estipulado. São todas as nossas ações para alcançar o objetivo.
Os objetivos e as metas fazem parte do dia a dia do gestor de pessoas de duas formas diferentes. Uma é no cumprimento e execução das suas próprias metas enquanto setor da empresa e a outra, é como responsável por gerenciar treinamentos e capacitações que traduzirão os diferentes objetivos e metas para cada equipe de trabalho.
O seu desafio, enquanto gestor de pessoas, será planejar a estrutura e a forma como esses treinamentos serão transmitidos para cada time da empresa, levando em consideração diversos fatores como: cargos, disponibilidade de tempo do colaborador, linguagem, acessibilidade etc. 
Numa analogia com um atleta que competirá numa prova de corrida, o papel do departamento de pessoas seria o do preparador físico. Desenvolvendo a saúde física e mental do atleta através de treinamentos regulares com foco no desempenho máximo. O objetivo é ser um agente facilitador entre as metas e a linha de chegada (objetivos).
Os treinamentos e capacitações também são ótimas oportunidades para desenvolver soft skills como inteligência emocional e empoderamento. Trabalhando o relacionamento interpessoal e ajudando a lidar com as frustrações profissionais de cada time. 
Os resultados de um treinamento bem-sucedido serão facilmente mensuráveis através de um ambiente menos estressante, com uma comunicação transparente e bons relacionamentos.